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O dólar sustentou-se em alta ante o real pelo segundo dia seguido, acima de R$ 1,73, apesar do fluxo cambial positivo no mercado local. O cenário externo em que predominou o mau humor e fatores domésticos ampararam o ajuste de preço da moeda americana, que encerrou a segunda-feira a R$ 1,736, alta de 0,17%.
Lá fora, o corte na meta de crescimento da China este ano para 7,5%, a revisão para baixo do índice de atividade privada na zona do euro, dúvidas sobre a adesão dos investidores privados à troca de dívida da Grécia e expectativas sobre a forte agenda semanal justificaram a postura defensiva dos agentes financeiros.
Aqui, a possibilidade de anúncio de novas medidas cambiais segue no radar. Além disso, um leilão de compra feito pelo Banco Central (BC) no fim da sessão à vista (após a bateria de oito leilões de compra da moeda americana na semana passada) e o aumento das apostas do mercado futuro de juros em um corte de 0,75 ponto porcentual da taxa básica de juros (Selic) na reunião desta semana também pesaram para a valorização da moeda.
No mês, o dólar já acumula uma alta de 1,17% ante o real, mas, no ano, a moeda ainda carrega desvalorização de 7,12%.
Os dois contratos de dólar futuro negociados ontem também projetaram taxas mais altas: o dólar que vence em 1.º de abril terminou a R$ 1,751, valorização de 0,52%, e o contrato para maio de 2012 encerrou na máxima de R$ 1,761, alta de 0,31%.
Depois de criticar na semana passada o "tsunami monetário" dos países desenvolvidos, a presidente Dilma Rousseff, disse, durante visita à Alemanha, que "o Brasil quer mostrar que está em andamento uma forma concorrencial de proteção de mercado, que é o câmbio". "Não é tarifa; é o câmbio, que virou uma forma artificial de proteção", reiterou.
As declarações mexeram com o mercado de câmbio, porque indicaram que o governo deve tomar novas medidas para tentar conter a valorização do real.
Na semana passada, por exemplo, o governo elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de captações de empresas brasileiras no exterior.
No mercado internacional, a aversão ao risco se traduziu em nova rodada de queda das bolsas e de ajuste de posições no segmento de moedas, onde o dólar também subiu em relação a moedas de outros países exportadores de commodities, como Austrália e Nova Zelândia, mas recuou ante o euro e o iene.
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Atualizado em: 15/11/2024 12:56 |