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A noção de risco sempre acompanhou a humanidade na tentativa de antever incertezas, medir implicações e agir sobre efeitos para tranquilizar os detentores de bens. Nas empresas, o risco e sua gestão sempre andaram junto ao retorno e tratamento do risco sempre se baseou em fatores mais associados à dinâmica do ambiente de negócios. Por isso, as preocupações sobre gestão de risco nas empresas se apresentaram em ondas: atendimento regulatório setorial e de SOx, modelos de governança de riscos e transparência, gestão integrada corporativa. A cada período, uma nova onda de transformação tirava o sono dos líderes das organizações.
Embora haja sobreposições destas ondas e as empresas se encontrem em estágios distintos de evolução, é possível antever uma próxima demanda, sobretudo para empresas líderes: Como mensurar o valor efetivo da gestão de risco corporativo? Como saber até que ponto investir em melhorias e obter ganhos não-marginais de valor?
A resposta a este enigma ainda está longe de ser conhecida, mas há razões para crer que seja uma longa jornada com investimentos e esforços intensos:
A experiência mostra, ainda, que modelos avançados capturam maiores benefícios, tais como:
Mas para saber até onde investir é preciso ter mecanismos sofisticados de ponderação de custo-benefício. É preciso responder, por exemplo, até que ponto ter um middle-office que estabeleça limites corporativos para concessão de crédito de forma independente da área comercial é uma medida que traz benefícios maiores que o investimento. Ou, ainda, se programas de aculturamento em risco e treinamento estatística o mapeamento de eventos de risco são investimentos justificáveis para o retorno esperado.
Embora este tipo de modelo avançado não seja ainda nem a realidade, nem a necessidade da maior parte das organizações, não é difícil imaginar que as empresas líderes em breve perderão o sono tentando vislumbrar um modelo capaz de mensurar benefícios e dimensionar coerentemente os esforços necessários para gerar valor em gestão de risco.
*Marcio Giachetta Paulilo é gerente sênior da Accenture do Brasil, com especialização em Risk Management. É Mestre em Administração e Engenheiro Mecatrônico.
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Atualizado em: 15/11/2024 12:56 |