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A economia global está em recuperação, mas ainda é muito vulnerável, avaliou o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, em evento em Londres. Ele acredita que os países com economias mais avançadas permanecem particularmente frágeis, ainda dependentes de uma política de estímulo. "As condições financeiras melhoraram, mas estão longe da normalidade", disse.
O representante do FMI observou que há sinais de volta da confiança, mas o sistema bancário em muitas economias avançadas está descapitalizado. Do lado do consumidor, afirmou, o quadro financeiro fraco e o alto desemprego vão afetar o consumo por algum tempo. Além disso, os grandes déficits públicos adicionam vulnerabilidade.
Para Strauss-Kahn, ainda é muito cedo para uma retirada geral das políticas acomodatícias do setor financeiro, monetário e fiscal. "Tal saída deve esperar a recuperação sustentada na demanda privada bem como uma sólida estabilidade financeira", defendeu. "Com uma saída breve, você mata a recuperação. Com uma saída tardia, você planta as sementes da próxima crise", comentou. "Recomendamos errar pelo lado da cautela, uma vez que uma retirada das medidas muito cedo será mais custosa do que muito tarde", complementou.
O titular do Fundo destacou ainda que, fora regras melhores, há a necessidade de uma melhor aplicação das regras, o que significa ampliar a supervisão e a capacidade de supervisão.
O economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, em uma entrevista publicada ontem, disse que algumas economias emergentes correm o risco de movimentos de capitais incontroláveis, bolhas e acumulação de reservas. "Esses países têm taxas de juros mais altas que as dos países desenvolvidos e mais pressão sobre as suas taxas de câmbio", afirmou Blanchard na entrevista ao jornal francês "Le Monde". "Só pode ser difícil para o Brasil ver o real se valorizando quando o yuan está se enfraquecendo com o dólar." O economista também disse que os países estão caminhando em direção a uma diversificação nas suas reservas cambiais. Isso é desejável, e não levaria a um colapso do dólar, disse ele.
Na última sexta-feira, o subdiretor do FMI (Fundo Monetário Internacional), John Lipsky, disse que a economia global está caminhando na direção de uma recuperação sustentável, mas, dados os riscos de uma nova desaceleração, ainda é cedo para retirar os estímulos econômicos.
Lipsky afirmou que, embora fosse o momento de pensar sobre a suspensão de estímulos à economia, nenhuma ação deveria ser tomada ainda e que os governos deveriam instituir estímulos adicionais já planejados para 2010.
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