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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deve reduzir os juros em 0,5 ponto percentual para 8,75% ao ano na última queda dos juros de 2009. Pelo menos foi essa a expectativa reforçada ontem, pela quarta semana consecutiva, na pesquisa Focus, realizada pelo BC com cerca de 100 instituições financeiras sobre o desempenho dos principais indicadores econômicos neste e no próximo ano.
A reunião do Copom começa hoje e termina amanhã, quando a decisão será divulgada, no início da noite. Para 2010, os analistas preveem o início de um aperto monetário. Nesta semana, a expectativa para a Selic ao final de 2010 subiu de 9,25% para 9,38% anuais, ante 9,25% ao ano verificada há um mês.
Para o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Camargo Rosa, é reduzida a chance de o BC surpreender o mercado com um corte maior do que 0,50 ponto, como fez na reunião de junho. Segundo ele, o BC já sinalizou na última ata que havia espaço residual para queda dos juros. "Há um ponto de cautela, dado o ineditismo dos patamares que o juro real atingiu neste momento e as incertezas em relação ao mecanismo de transmissão da política monetária", afirmou.
Rosa avalia que a taxa básica está "na proximidade de uma zona de risco que justifica uma interrupção" para que o BC possa avaliar o impacto dos cortes na atividade econômica e na inflação nos próximos meses. Tanto o comunicado quanto a ata devem ser mais cautelosos e sinalizar a pausa nos juros, acredita o economista. Essa pausa, segundo ele, deve durar a maior parte do ano que vem. "Mas não me surpreenderia se (o juro) ficasse parado todo o ano em 8,75%."
Inflação – Na pesquisa Focus, pela terceira semana seguida, o mercado elevou sua previsão para o índice oficial de inflação, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A mediana das estimativas para o indicador em 2009 passou de 4,5% para 4,53%. Com esse aumento, a estimativa fica acima do centro da meta de inflação para o ano, de 4,5%. Para 2010, a mediana das previsões para o IPCA também subiu e passou de 4,4% para 4,41%, na quarta alta seguida. O número estava em 4,3% há quatro semanas.
Mas, para Rosa, a inflação não oferece risco no curto prazo. Ele projeta IPCA em 4,7% neste ano e em 4,5%, ou menos, em 2010. O economista disse que o alerta recente que o presidente do BC, Henrique Meirelles, fez ao mercado com relação à precificação das taxas futuras de juro se referia a 2010. Na semana passada, Meirelles disse que a curva de juros estava embutindo "prêmios de risco em relação às projeções de inflação do BC que talvez não sejam adequados à situação do Brasil."
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