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A promulgação da reforma tributária, prevista para entrar em vigor de forma gradual a partir de 2026, marca um período de reestruturação econômica no Brasil. Esta será a primeira reforma referente ao sistema tributário nacional sob a atual Constituição e traz mudanças significativas que impactarão diversos setores, incluindo o varejista.
Segundo Roberto Folgueral, tributarista e vice-presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo, a reforma introduzirá uma reestruturação das alíquotas e das regras fiscais aplicáveis ao setor varejista. A proposta inclui a simplificação do sistema tributário, unificando impostos como PIS, COFINS, IPI, ICMS e ISS em um novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e uma nova Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS).
Folgueral aponta que o setor de serviços, atualmente sujeito a alíquotas entre 2,65% e 8,65%, poderá enfrentar um aumento para uma faixa de 27% a 33% com a nova estrutura tributária. Esta elevação ocorre sem a possibilidade de compensação de créditos, o que pode trazer desafios adicionais para o setor.
Impactos para o varejo
Para o setor varejista, que inclui tanto produtos essenciais quanto não essenciais, as mudanças propostas na reforma tributária poderão representar um desafio e uma oportunidade. A nova estrutura de alíquotas e regras fiscais exigirá uma adaptação nas estratégias de gestão e precificação. O ajuste pode se tornar complexo, pois haverá a necessidade de revisar constantemente os impostos a serem pagos, o que demanda maior atenção no planejamento financeiro para evitar erros e manter a competitividade no mercado.
Os impactos da reforma também variam de acordo com o tipo de produto. Para itens não essenciais, como roupas e eletrônicos, a carga tributária poderá ser reduzida de 30%/40% para 26%/27%, o que potencialmente diminuiria os preços desses produtos, tornando-os mais acessíveis. Já para alimentos básicos, como arroz e feijão, a redução tributária poderá ser ainda mais expressiva: alguns itens terão impostos reduzidos de 8% para zero, enquanto outros passarão de 15,8% para 10,6%. Essas mudanças podem diminuir o custo dos alimentos e beneficiar a população de baixa renda, incentivando o consumo desses itens.
Entretanto, para produtos não essenciais, a eliminação de incentivos fiscais e as variações nas novas alíquotas podem resultar em aumento de preços, dependendo de como as empresas ajustarão seus preços para refletir as novas condições fiscais
Preparação para as novas regras fiscais
Para enfrentar as mudanças impostas pela reforma tributária, as empresas do setor varejista precisarão se preparar adequadamente. A preparação envolve algumas etapas, como:
“Ao longo do processo de implementação gradual até 2026, a resposta do mercado e a capacidade de adaptação das empresas serão fatores determinantes para o sucesso ou os desafios enfrentados”, finaliza Folgueral.
Sobre Roberto Folgueral
Roberto Folgueral é Vice-presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo, professor universitário e consultor em gestão tributária. Tem mais de 50 anos de experiência como tributarista, contador e perito judicial. É formado em administração, contabilidade e direito, com mestrado em contabilidade e doutorado.
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Atualizado em: 20/12/2024 20:59 |