A terceira idade já chegou ou está chegando para você? Para os profissionais da contabilidade que já entraram nesta fase da vida, é possível encontrar diversas vantagens. Uma delas é utilizar o conhecimento adquirido ao longo dos anos, diminuir o ritmo e aumentar a sua rentabilidade.

Dessa forma, se assim desejar, o contador pode continuar trabalhando mesmo após o início da terceira idade, o que é bastante comum, inclusive. Para José Donizete Valentina, de 58 anos, vice-presidente do Conselho Federal de Contabilidade, a idade é um diferencial imenso dentro das empresas.

“A minha atividade principal é a auditoria, mas também atuo como assistente técnico de processos. Percebo que a maturidade e a experiência acumulada ao longo desses anos fazem muita diferença. A idade não adianta muito se você não buscou evoluir na carreira, se não tem vivência. No meu caso, nunca deixei de estudar. Sou mestre, faço muitos cursos no Brasil e fora do país e, constantemente, acompanho uma série de processos”, conta.

Nascido em Campinas, São Paulo, onde segue morando até hoje, Valentina relata que, na sua história de vida, a tecnologia sempre esteve presente.

“A tecnologia sempre fez parte da minha vida e da minha empresa. Eu não sei viver sem ela, então não é uma novidade para mim. Eu a desenvolvo todos os dias e a enxergo com bons olhos. Claro que existem muitos mitos em cima disso. Uma empresa que não possui métodos, conhecimento, rede de contatos, entre outros, não é a tecnologia que vai ajudar. Ela é realmente um diferencial, que nos faz ganhar tempo e traz grandes resultados”, relata.

Para a vice-presidente do controle interno do Conselho Federal de Contabilidade, Vitória Maria da Silva, de 77 anos, a idade não demonstra um diferencial, visto que, quando você deseja algo e assume um compromisso, basta você querer viver este compromisso até o fim.

“Hoje, já aposentada, continuo atuando na área de condomínios. Administro, com muito sucesso, e sem qualquer problema, pois realmente tenho o comprometimento de exercer a minha profissão com muito zelo e ética, e assim, eu continuo no mercado de trabalho”, relata Vitória.

Diferente do relato de José Donizete, para Vitória, o uso da tecnologia se torna um pouco mais complicado.

“Eu tento aprender todos os dias, estudo, busco sempre o melhor, me aperfeiçoo. Consulto os mais jovens, que sempre ajudam, então não há muito problema com relação ao meu trabalho. Procuro me manter sempre atualizada nem relação a computadores, mexo, busco compreender como funciona”, explica.

Ao ser questionado sobre o que considera agregar mais na atividade, José reitera que o importante são nossos valores e princípios.

“Se você tem valor e credibilidade, você será sempre procurado. A tecnologia não substitui o lado humano. Percebo que, hoje, as pessoas deixam de lado isso, mas para mim tudo se resolve com contato pessoal. Vejo hoje pessoas aflitas e ansiosas demais por causa da tecnologia”, expõe.

Para se manter sempre atualizado, José conta que participa de muitos cursos, palestras, debates. O contador acredita que essas iniciativas precisam ser disponibilizadas, pois a mídia, hoje, conta com muita desinformação.

“Pesquiso, leio, estudo, participo do universo da informação. É isso que faz com que a gente continue ocupando espaço e tendo visibilidade dentro da profissão”, retrata.

Vitória também acredita que o mais importante é se manter persistente.

“Quem não se atualiza não consegue se manter. Persisto nisso para me manter no mercado de trabalho funcional, pois quem não se atualiza está fora de qualquer mercado, não só da área da Contabilidade”, finaliza Vitória.

A média de idade dos representantes da classe contábil que atuam em sindicatos, conselhos e federações é em torno de 60 anos. Isso devido ao conhecimento adquirido por esses profissionais, ao longo da carreira, e que os referenda a atuar em prol da contabilidade e de seus integrantes.

A longevidade profissional pode ser ainda mais comum entre aqueles que optaram por abrir o seu próprio escritório contábil, independentemente do porte da empresa. Em dado momento, seus sucessores podem assumir a parte mais desgastante do trabalho.

Vale ressaltar que, essa continuidade no trabalho, mesmo após a época prevista para a aposentadoria, é opcional. Há quem deseja encerrar as atividades profissionais para descansar, viajar e aproveitar a vida com a família. O importante, acima de tudo, é estar feliz com as escolhas e, se o desejo for de continuar trabalhando, estar cada vez mais realizado com o que faz.