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"Que país é este". O verso é da canção da banda Legião Urbana, mas pode ser uma triste constatação: O Brasil entrou nas estatísticas das tragédias internacionais, com a morte dos estudantes em Goiânia (GO), com o incêndio da creche em Janaúba (MG) e com o ataque do serial killer em Realengo (RJ).
As tragédias acima são comuns na mídia internacional, por ações de terroristas ou por atentados no mundo. Porém não no Brasil, "país tropical abençoado por Deus", do samba de Jorge Ben Jor.
Então, o que mudou neste país-continente no século XXI.
A sociedade brasileira não está preparada para conviver com este tipo de medo, da insegurança de atentados, ou para se antecipar a atitudes insanas como as tragédias de Realengo, Janaúba e Goiânia.
Mas o olhar atento de os atores sociais (familiares, colegas de trabalho e escola e amigos) talvez pudesse ajudar a evitá-las, com os sinais de doença mental dos autores.
A tragédia de Realengo, no ano de 2011, remete a problemas psicológicos e mentais do agressor. Na oportunidade, o ex-aluno da escola Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, matou doze adolescentes e feriu outros doze alunos, no ataque à Escola Municipal Tasso da Silveira, na cidade do Rio de Janeiro.
No ataque incendiário à Creche Gente Inocente, em Janaúba (MG), o vigia Damião Soares dos Santos trancou as portas do local, jogou álcool nas crianças, no seu corpo e ateou fogo, causando a própria morte, de nove crianças e da professora heroína Helley Batista, com saldo de cerca de 40 feridos. A informação é que ele tinha desequilíbrio mental e fascínio por crianças. O fato aconteceu em 5 de outubro de 2017.
A tragédia voltou a ocorrer em Goiânia (GO), no dia 20 de outubro de 2017,no Colégio Goyases, quando um aluno de 14 anos matou dois estudantes e feriu outros quatro colegas na sala de aula, com uma pistola ponto 40. O adolescente seria vítima de chacota na escola.
Em todos os casos, os sinais de bullying e de perturbação mental dos agressores são noticiados pela imprensa.
O Brasil pode estar vivendo uma epidemia de doença mental, em silêncio, rumo a tragédias futuras, por deficiências na promoção de políticas públicas voltadas à saúde mental.
É preciso tentar evitar novas mortes de inocentes: crianças, adolescentes, jovens e adultos, identificando seus potenciais agressores na família, na escola, no trabalho ou na sociedade.
*João Natal Bertotti é advogado, jornalista, com especialização em Ciência Política e em Direito e Processo Previdenciário.
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