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Segundo a periódica Sondagem da Construção, da FGV/IBRE (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas, o ano de 2015 fez acelerar ainda mais a queda do índice de confiança do setor de Construção, que vem sendo medido desde julho de 2010. Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), acumulados até novembro, esse segmento da economia deve fechar um total de 250 mil postos de trabalho no país.
O pessimismo também é evidenciado na Sondagem da Construção do CNI/CBIC (Confederação Nacional da Indústria em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção), em que segundo pesquisas de opinião de empreendedores, a intenção de investimentos no setor despencou para 24,5% contra 40% no mesmo mês do ano passado.
Notícias ruins também vêm do crédito imobiliário, grande catalisador de resultados da Construção Civil, onde o volume concedido com funding SBPE (poupança) para o SFH (Sistema Financeiro da Habitação) caiu 25% no acumulado de janeiro a setembro de 2015, em relação ao mesmo período do ano de 2014.
Com um mercado ainda incipiente no Sistema Financeiro Imobiliário, diferentemente de outros países com economias mais estáveis e com juros normais, o Credito Imobiliário brasileiro depende fundamentalmente da velha e combalida poupança e do sugado FGTS, para a destinação mais popular.
Enquanto isso, o Governo Federal adia o efetivo início da Terceira Fase do Programa Minha Casa Minha Vida, que poderia representar um sopro de vida neste combalido mercado, pelo menos para a habitação popular. Este adiamento, claro, relacionado à grave crise política na esfera federal, vem ocasionando perdas sensíveis para o mercado da Construção Civil, reconhecidamente um dos mercados que mais emprega mão-de-obra.
Todos estes fatores geram a terrível dependência do que acontece em Brasília. Ficamos presos ao noticiário diário dos bastidores palacianos e das crises dos poderes federais.
A realidade é que o setor precisa de um planejamento de médio e longo prazo, com menor dependência do Estado, com juros em patamares reais para o crédito, com regras claras e segurança jurídica, marco regulatório, incentivo às condições de mercado e subsídio dosado e direcionado à produção e não sem retorno, como acontece desde 2009. É necessária uma Política Habitacional de Estado, sustentável, e não de Governo, efêmera e personalizada.
Ou seja, o setor da Construção precisa de fatos novos para 2016.
Marcos Fontes é professor de Economia da IBE-FGV especialista nas áreas de Finanças e Imóveis com ênfase em crédito imobiliário e construção civil.
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