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O combate aos crimes de lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo, ao tráfico de armas, drogas e pessoas ganha contornos globais, se acirrando a cada dia. Este novo paradigma vem fazendo do profissional de auditoria independente mais um protagonista do que, propriamente, coadjuvante na detecção de operações suspeitas em administrações públicas, empresas e entidades.
Ao coibir esses delitos, a Lei nº 12.683/2012 e o desenvolvimento de dispositivos como a governança corporativa têm permitido grandes avanços no amadurecimento da atividade em nosso país.
Por conta do excesso de normas fiscais, as empresas de grande porte estão sendo obrigadas a melhorar seus esquemas preventivos, tornando mais transparentes as relações com colaboradores, fornecedores, clientes e autoridades tributárias. Neste patamar, os conselhos fiscais e de administração terão sua importância bastante aumentada.
A adaptação a esta nova realidade deve ainda atingir as pequenas e médias empresas, onde a falta de mecanismos internos também pode criar condições para fraudes. Assim, são indispensáveis a montagem de departamentos voltados à auditoria independente, o desenvolvimento de manuais de procedimentos técnicos e éticos e a realização de cursos para os auditores – várias vezes ao ano –, procedimentos que darão mais sustentação ao profissional.
Sem este trabalho ficará muito difícil para a companhia mensurar os riscos e as possibilidades concretas de infração a determinadas normas. Quem ainda não tem as contas auditadas, precisa iniciar o quanto antes este processo, que invariavelmente deságua na mudança da própria cultura empresarial.
Portanto, as novas legislações de combate à lavagem de dinheiro devem aumentar a demanda pelos serviços dos auditores independentes e, certamente, as remunerações da área, que vinham se achatando nos últimos anos.
Contudo, as empresas preocupadas com a governança corporativa estão dispostas a absorver custos extras, por saber que um trabalho sério neste campo não consiste na mera emissão de relatórios, mas sim no levantamento de informações sobre os controles internos e externos, apontando fraquezas e deficiências.
O conhecimento destes dados é fundamental para a correção dos problemas e o aprimoramento da qualidade das informações, com um nível de percepção compatível ao maior grau de responsabilidade que as novas legislações de combate à lavagem de dinheiro trouxeram, não apenas aos auditores independentes, como também a todas as empresas.
() Marco Antonio Papini é sócio-diretor da Map Auditores independentes e vice-presidente da CPAAI Latin America
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