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Há poucos dias fiz uma apresentação para um grupo de Secretários Municipais de Administração, através do FESMAD – Fórum Estadual das Secretarias de Administração dos Municípios, onde abordei o tema: Inovação na Gestão Pública.
O objetivo da apresentação era chamar a atenção desses agentes políticos da necessidade de ir além da questão fiscal e gerencial, avançar para uma gestão pública empreendedora.
Além de focar nas vantagens que o ambiente inovador traz para o trabalho, falamos das vantagens para a sociedade, para o cidadão.
O gestor público precisa ir além, não basta mais ser eficaz e eficiente, precisa ser efetivo. Explico: Ser eficaz é escolher bem, saber priorizar (atender a demanda); ser eficiente é fazer da melhor maneira, fazer bem feito (custos e produtividades), e ser efetivo é atingir as metas. Medir os Resultados. Alcançar os objetivos (impactos na sociedade).
Com exemplo prático citei a seguinte questão: O gestor público tem várias demandas para serem atendidas, dentre elas ele vai escolher, assim ele depois de vários estudos definiu: Vamos construir uma praça, vamos considerar que a escolha foi a melhor (atendeu a demanda), portanto foi eficaz. Fez a licitação e conseguiu um bom fornecedor a um preço competitivo (custos e produtividade), sendo eficiente. Na maioria dos casos que conheço, o processo para por aqui, ou seja, não fecham o ciclo, não caminha o último passo, que é medir o resultado daquele investimento, ou seja, medir os resultados (impactos na sociedade).
A praça está efetivamente sendo utilizada pelas pessoas da comunidade? Está sendo útil? Está alcançando os resultados para que foi construída? Ou esta sendo ocupada por menores infratores, por traficantes, etc.
A administração pública necessita urgentemente de verificar a efetividade dos seus investimentos, ou seja, se realmente os recursos gastos, nas mais diversas obras e programas, alcançam os resultados esperados. Para isso precisa começar a medir e ter indicadores para fazer as análises.
“O que não é medido não é gerenciado”, já diziam Robert Kaplan e David Norton, e na área pública os gestores não estão dando a importância necessária a essas mensurações.
Estamos sempre vendo investimentos em obras e programas que não dão o resultado para a sociedade, e mesmo assim não há uma correção de rota, ou mudança para se buscar esse resultado.
Os gestores públicos precisam se preocupar mais, pois a sociedade atual saiu do estágio de “opinião pública” para o “saber público”. As pessoas estão mais conscientes dos seus direitos, mais exigentes, e sabem o que querem. Não há mais massas para manobras. Estamos em outro nível, e cada vez mais as pessoas passarão e exigir serviços públicos melhores.
Assim, é prudente que os gestores passam a pensar em gestão pública moderna, inovadora, e na busca da efetividade dos recursos públicos, pois ter eficácia e eficiência é uma obrigação do gestor, ser efetivo é ser diferente é dar um passo a frente, é concluir o ciclo dos gastos públicos.
Numa época de recursos públicos escassos (vários municípios estão com dificuldades financeiras) a gestão empreendedora surge como uma ferramenta indispensável para a efetividade do gasto público. Aplicar bem (eficácia), com baixo custo (eficiência) e com impactos positivos para a sociedade (efetividade).
Sabemos da dificuldade que é implementar uma gestão empreendedora, especialmente com uma legislação ultrapassada e engessada que temos, mas como diz um amigo meu: “O fácil já foi feito, o difícil faz-se logo e o impossível demora um pouco”.
Valdir Massucatti. Contador. Advogado. Mestre em Administração. Empresário.
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